Erros comuns: perguntas complexas, vagas e longas

Perguntas desses tipos fazem com que qualquer entrevistado desista de responder o questionário!

Bem, vamos por partes:

Perguntas complexas

Exemplo: “O que você acha sobre a distribuição de bebidas com aroma de fruta de baixo teor alcoólico?”

À primeira vista, a pergunta acima parece clara e fácil de ser respondida. Mas, na verdade, não é. Por que? Porque, nem todo mundo poderia entender a linguagem da pergunta. Ao invés de dizer ‘bebidas com aroma de fruta de baixo teor alcoólico’, seria melhor ir direto ao ponto e dizer ‘cerveja com sabor de fruta’.

Para evitar perguntas complexas, o entrevistador deve decidir o que exatamente ele quer descobrir com a sua pesquisa e usar linguagem comum e de fácil compreensão para a maioria das pessoas.

Perguntas vagas

Exemplo 1: “O que você acha sobre estacionamentos?”

À que se refere esta pergunta? Às vagas de estacionamento no centro da cidade? À capacidade dos motoristas de estacionar o seu automóvel? Ao preço dos estacionamentos? Ou aos carros que ficam estacionados nas calçadas e atrapalham os pedestres, especialmente as mães com carrinhos de bebê?

Exemplo 2: “Quantas vezes o seu carro precisou de reparo no ano passado?”

Algumas pessoas podem pensar sobre quantas vezes elas levaram seus carros para a oficina ou quantas vezes elas mesmas fizeram algum concerto nos seus carros.

Viu como uma pergunta vaga pode ser confusa?

Perguntas longas e com exemplos específicos

Exemplo: “A nossa próxima pergunta diz respeito às atividades domésticas que exigem esforço físico. Por atividades que exigem esforço físico podemos citar: limpar a piscina, cortar grama, mudar móveis de lugar, etc. Em uma semana, quantas vezes você faz atividades que exigem esforço físico?”

Esta pergunta leva muito tempo para ser lida. Além disso, apresenta idéias específicas que podem influenciar os entrevistados. Os exemplos de atividades dados aparentemente visam clarificar o que se entende por “esforço físico”, mas estes exemplos não incluem todas as tarefas que alguém pode desempenhar em casa.

Muitos detalhes, exemplos e expressões complexas são um problema para qualquer questionário.

Como os exemplos anteriores deveriam ser reformulados?

“Você encontra facilmente a cerveja com sabor de fruta no supermercado?”

“Qual é a sua opinião sobre as áreas de estacionamento no centro?”

“Quantas vezes você teve que levar o seu carro para a oficina no ano passado?”

“Nossa próxima pergunta diz respeito a atividades domésticas que exijem esforço físico (considere atividades que façam você se sentir cansado depois de mais de 15 minutos). Quantas vezes por semana você faz atividades que exigem esforço físico? ”

Existem armadilhas também para entrevistadores com experiência!

Vejamos um exemplo de pergunta feita em um questionário da área médica: “Durante os últimos 12 meses, quantas vezes você viu ou falou ao telefone com o seu médico sobre sua saúde emocional?”

Esta questão parece clara. No entanto, a maioria dos entrevistados concentram-se no seguinte trecho: “…você falou ao telefone com o seu médico” e, por isso, entendem a pergunta assim: “Nos últimos 12 meses, quantas vezes você falou ao telefone com o seu médico sobre sua saúde emocional?”. Resultado: a maioria responde “nenhuma vez”.

Na hora de criar o seu questionário, lembre-se:

  • Use uma linguagem comum e de fácil compreensão para a maioria das pessoas;
  • Ao perguntar algo, tenha um objetivo em mente – evite perguntas vagas!
  • Seja curto e vá direto ao ponto (frases longas são um prato cheio para problemas de compreensão por parte dos entrevistados).

Agora que você já conhece essas dicas, que tal criar o seu questionário agora mesmo?

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